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Exposição Permanente de Tecnologias Sustentáveis de Baixo Custo

O quintal da escola foi transformado, aos poucos, em uma vitrine de tecnologias sustentáveis de baixo custo. Professores e estudantes realizam pesquisas, sempre aliando aos conteúdos escolares e depois, por meio de mutirões, instalam as experiências sustentáveis no terreno da escola. O Objetivo é incentivar a comunidade escolar e do CAUB I a utilizar tecnologias sustentáveis. Essa área da escola é  coordenada pelo professor de Biologia Leonardo Teruyuki Hatano e pela direção da escola.

Pergolado – sala de aula ao ar livre (2011) – O pergolado serve para decorar diversos espaços, formando uma espécie de galeria, e proporciona um ambiente de relaxamento. Foi a primeira experiência sustentável experimentada na escola.construído com madeira, coberto com telhado verde no seu interior foram instaladas mesas e bancos. A ideia deste projeto foi oferecer um espaço alternativo para realização de aulas e reuniões.

Captação da água da chuva (2013) – Este sistema funciona com o telhado que se torna um captador da água da chuva. Nosso modelo de coletor é uma calha de zinco fixada em uma parte do telhado da escola  presa na parede por várias “mãos francesas”em sua estrutura. O início de uma chuva lava o telhado e a atmosfera, arrastando impurezas finas que precisam ser separadas e descartadas. Nesse processo, a água misturada com a sujeira acumulada no telhado é desviada para um filtro que separa as águas, reservando no tanque somente a água limpa. O denominado filtro grosseiro consiste em um cano de 100mm com duas reduções excêntricas de 100mm para 80mmcom uma bola de isopor no interior do cano e um captador na outra extremidade para reter galhos, folhas, e outras impurezas grosseiras. À medida que a água enche o filtro, a bola de isopor flutua até chegar na redução, diminuindo o fluxo de água para o filtro, passando a fluir para o reservatório.

Tanque em ferrocimento para criação de tilápias (2013) – O tanque foi construído no formato cilíndrico utilizando duas partes de telas cobertas com uma fina camada de concreto amarrada na base do reservatório com terreno nivelado. Também espalhou-se uma camada fina de concreto na base, já com a tubulação de escoamento posicionada. O fundo foi coberto com a tela de aço que sobrepôs a formação da parede do reservatório. A tela da parede foi coberta com outra tela hexagonal de 12,5mm, prendendo-a com arame. Realizou-se aplicação da argamassa diretamente na tela lateral, de baixo para cima. Após a camada de argamassa esperou-se 12 horas para a aplicação do reboco.
Após 24 horas de secagem, o reservatório recebeu a primeira água para fazer a cura do cimento que dura pelo menos 10 dias. Após esse período, a água foi utilizada para outro fim e encheu-se o tanque novamente com água nova para iniciar a criação de peixes. O tanque recebe a água captada da chuva e é interligado à aquaponia e hidroponia.

Aquaponia (2013) – Uma bombona plástica foi cortada longitudinalmente em duas metades e conectadas por canos e flanges para formar dois canteiros de plantas, sustentados por uma armação de quatro vigotas de madeira e uma cama metálica. Na parte voltada para baixo foi instalada uma flange em cada recipiente para a drenagem da água por meio de um sifão com proteção na saída da água. As bombonas são os canteiros das plantas. São utilizados como substrato a argila expandida e a brita. A superfície desses materiais é colonizada por bactérias que realizam o ciclo do nitrogênio, em que os dejetos provenientes da criação de peixes são transformados em nitrito e depois em nitrato que serve de adubo para as plantas. Após esta fase de circulação da água nas bombonas, ela retorna mais limpa e oxigenada para o tanque de peixes.

Hidroponia (2016/2017) – Os canteiros das plantas foram construídos a partir do reaproveitamento de garrafas pet preenchidas com argila expandida. Algumas garrafas foram furadas e conectadas umas as outras, formando uma coluna por onde a águaescorre. Uma bomba d’água puxa a água do fundo do reservatório de ferrocimento juntamente com os resíduos produzidos pelos peixes e leva para o interior das garrafas onde as bactérias transformam compostos nitrogenados tóxicos para os peixes em nitratos que alimentam as plantas. Este processo funciona como um filtro biológico e ainda auxilia a oxigenação da água no seu retorno para o reservatório.

Desidratador de frutas (2014) – Foram retiradas duas madeiras laterais de uma gaveta. O tampo inferior foi transformado em suporte de bandeja. As duas aberturas laterais foram revestidas por tela mosquiteira, ambas com a finalidade de portas de ventilação, uma permanece aberta e a outra fechada. Na parte superior, foi colocadoum vidro colado com silicone. Quatro caibros foram fixados na terra para sustentá-la em pé e em posição inclinada e a caixa parafusada neles. Este sistema funciona com a colocação de uma bandeja utilizada para a secagem das frutas em tiras que é colocadano interior da gaveta. O ar aquecido no interior do equipamento saí pela abertura superior, retirando a umidade das frutas enquanto o ar menos aquecido penetra pela abertura inferior. Em 2017, estudantes do 8º ano iniciaram uma experiência com a desidratação de mandioca para obter a farinha de crueira. A partir da farinha criaram receitas de pizza, bolinhos e macarrão.

Fogão solar (2014) – um fogão solar se baseia no princípio de reflexão dos raios solares em um único ponto, neste caso, o foco, aumentando perceptivelmente sua temperatura. Este projeto foi desenvolvido com o uso de uma antena parabólica que estava desativada e que foi reaproveitada para a construção do fogão solar. Cobriu-se a parte côncava de antena parabólica com uma manta aluminizada para telhado para convergir os raios solares em um determinado ponto onde foi colocado um suporte feito com arame para apoiar uma frigideira pequena.

Composteira (2014) – A compostagem é um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos por meio da ação de microrganismos. Uma das técnicas utilizadas foi a escavação de um buraco com dimensão de 1,5m x1,5m onde os restos de vegetais provenientes da cantina da escola são depositados. Por cima desse resíduo orgânico é colocado uma camada de matéria vegetal seca, formando uma pilha onde se alternam o lixo orgânico e folhas secas. Quando a composteira está cheia, retira-se a camada mais profunda e revira-se o monte. A camada retirada é utilizada como fertilizante para as plantas da agrofloresta.

Viveiro de mudas (2014) – Projeto desenvolvido com a construção de um viveiro permanente, onde são produzidas mudas de maneira contínua e por tempo indeterminado, visando a conservação e ampliação e criando possibilidades de utilização sustentável de recursos naturais em áreas degradadas da escola e da ARIE. A área destinada ao viveiro de mudas foi cercada com um pedaço da tela de aço que foi dobrada para estruturar a parede e o teto do viveiro e amarrada na lateral da cercado espaço da agrofloresta. Para a cobertura da tela foi utilizado uma tela de nailon e em seu interior são produzidas mudas de diversas espécies vegetais em sacos plásticos com terra adubada.

Sala ecológica de superadobe (2015) – É uma técnica de construção ecológica de baixo custo. A sala é utilizada para ações extraclasses, como contação de histórias. Dentro do espaço da vitrine, foi escolhido e demarcado o terreno. Para os alicerces da construção foi utilizado o método de escavação por vala de aproximadamente 50cm de profundidade, coberta com pedras e brita compactadas, por cima foi colocada uma camada de concreto. As paredes foram feitas e estruturadas com a técnica superadobe, processo que utiliza sacos de polipropileno preenchidos com solo argiloso e compactado com um pilão. As primeiras cinco camadas receberam uma mistura de 10% de cimento com a terra para garantir a solidez. Para evitar o deslocamento das fieiras dos sacos de polipropileno foram colocados vergalhões de ferro, dispostos aleatoriamente com comprimento capaz de travar 3 camadas sobrepostas. O teto foi coberto com telhas de caixas de leite recicladas. A sala foi projetada para ter duas janelas e uma porta. As quatro ultimas camadas também receberam uma mistura de 10% de cimento. Foram instaladas vigotas para a fixação do telhado ecológico produzido a partir de “caixas deleite”. As paredes interna e externa receberam rebolo tradicional de concreto.

Tanque de papelão (2017) – Outro tanque para armazenamento de água construído no espaço da vitrine. Este tanque irá captar a água da chuva do telhado da sala ecológica. Será utilizado para a criação de peixes e parte da água será utilizada para irrigar as plantas do sistema agroflorestal. Na sua estrutura colocou-se pilares de bambu fixados no solo formando uma estrutura retangular com a seguintes dimensões 2m x 4m x 1m. Ripas de bambu foram amarradas nesses pilares com arame. Toda estrutura será revestida com papelão e coberta com uma lona plástica para tanque de piscicultura.

Sistema agroflorestal (2014) – Pode ser definido como o plantio de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área. Esse sistema torna possível a produção de grãos, frutos e fibras sem que a natureza seja prejudicada, uma vez que misturam-se espécies agrícolas, gramíneas, frutíferas e florestais no mesmo espaço. Este sistema foi implantado na área que do parquinho da escola que se encontrava infestada de capim braquiária. Os brinquedos do parque encontravam-se, em sua maioria, danificados. Foram retirados, recuperados e instalados em outro local próximo. Foi utilizado o sistema de linhas para o plantio. Para isso, foi determinado o espaço “berços” para receber o adubo e as mudas de hortaliças. Nas linhas externas foram plantadas mudas de bananas, e na parte anterior plantas ornamentais, ficando as frutíferas na porção central. Entre as linhas das plantas maiores foram semeados milho, feijão guandu e nabo forrageiro, alternadamente. O solo é mantido coberto com mulche (matéria vegetal morta como folhas e galhos secos) que contribui para manter a umidade e a ação de invertebrados e microrganismos no solo.

Farmácia viva (2013) – É um conjunto de plantas medicinais que são indicadas para o tratamento das doenças e sintomas mais comuns e de menor gravidade como gripes,resfriados, problemas estomacais, e dor de cabeça. O projeto foi desenvolvido, na escola, por meio de pesquisa etnobotânica realizada pelos estudantes da escola que entrevistaram seus parentes e conhecidos a fim de coletar informações sobre as principais plantas medicinais utilizadas na família. Para auxiliar este resgate, valorização  e entendimento sobre as dinâmicas do conhecimento tradicional a respeito da utilização da flora, os estudantes fizeram estudos bibliográficos sobre as plantas, seus princípios ativos na composição das plantas e sua ação no organismo. Os estudantes trouxeram mudas destas plantas que a família cultiva em seus quintais e plantaram no espaço reservado da farmácia viva, além disso confeccionaram placas de identificação das plantas com o nome científico, nome popular (em português, inglês e espanhol) da maioria e o desenho da estrutura química do composto ativo de cada planta.

Coleta de resíduos recicláveis ou coleta seletiva (2014) – Este sistema de recolhimento de materiais potencialmente recicláveis foi adotado para dar um destino adequado aos resíduos gerados pela escola. Para a fixação das bags na parte dos fundos da escola foram fabricadas, exclusivamente, as “mãos francesas” que foram parafusadas na parede e mantêm as bags abertas e suspensas sobre uma estrutura de madeira a alguns centímetros do chão. Cada uma das bags recebe um tipo de material reciclável diferenciado: papel, papelão, plástico e metal. Uma parte específica da coleta seletiva para vidros é colocado em uma “bombona” plástica de 200 litros. Posteriormente estes resíduos são encaminhados para locais que recebem reciclagem.

Miniestação de tratamento de esgoto das fossas (2017) – Com intuito diminuir os impactos ambientais provocados pelo esgoto da escola lançado ao solo, criou-se uma base de miniestação de tratamento de esgoto. Este projeto iniciado em 2017, em parceria com a empresa Bio Solução, e foi estabelecido com a instalação de dois sistemas de tratamento das águas: um proveniente da cantina/banheiros e o outro dos bebedouros. No sistema de tratamento da água da cozinha/banheiros foram instaladas duas caixas de polietileno para reciclagem dos restos de alimentos e a instalação de caixa de passagem; no sistema de tratamento da água dos sanitários foram instaladas uma caixa coletora de resíduos humanos e restos de papel, uma caixa biodigestora, uma caixa biodespoluente com filtros para tratamento da água e a uma caixa de distribuição de água. O projeto está em fase de andamento, dentro do planejamento estabelecido as próximas etapas do projeto a serem executadas: no sistema de tratamento da água da cozinha e banheiros serão inseridos filtros de brita, carvão e areia, caixa cloradora e caixa distribuidora, a análise desta água para verificar necessidade de outro tratamento e a verificação das indicações de reuso para lavar calçadas, irrigar gramas e abastecer as descargas dos sanitários. Neste momento já é possível afirmar que a escola não está mais poluindo o solo com os dejetos da fossa.

Reuso da água do bebedouro (201 7) – No sistema de água dos bebedouros foi instalada uma caixa coletora, a água é lançada por bombeamento para uma caixa d’água. No pé da caixa d’água foi instalado um filtro de areia, brita e carvão para eliminar resto de sabão e odor. A água do bebedouro é utilizada para irrigar o jardim, agrofloresta e o gramado da Exposição Permanente de Tecnologias Sustentáveis.

Canteiros agroecológicos – (2015 e 2017) – Os canteiros foram instalados comformado de formas geométricas pelos estudantes de Anos Iniciais e  6º anos do Ensino Fundamental no ano de 2015. Iniciou-se a plantação utilizando adubo orgânico comum. Em 2017, a partir da interação dos estudantes da turma de 2º ano do EF com um agricultor orgânico do CAUB I, os estudantes passaram a utilizar o adubo bokashi e cobertura com capim braquiária.

Estação meteorológica (2017) – É uma ferramenta fundamental para monitorar as condições meteorológicas, consiste da coleta diária de dados referentes as diversas variáveis atmosféricas, que caracterizam o estado da atmosfera, ou seja, o tempo. A estação meteorológica automática foi desenvolvida por professores da Escola Técnica de Brasília e cedida ao CED Agrourbano por meio da Agência Espacial Brasileira. A coleta de dados é totalmente automatizada. A cada três minutos o aparelho faz medições e registros da temperatura, umidade do ar e pressão atmosférica. Os dados são acompanhados pelos estudantes da 2ª série do Ensino Médio com objetivo de divulgar para a comunidade a situação meteorológica da área da escola e do CAUB I.

Acompanhamento da qualidade da água dos Córregos Capão Preto e Ipê (2016/2017/2018) – Projeto que teve início no ano de 2016, preocupados com degradação da ARIE e da qualidade de água existente nas nascentes, realizou-se o monitoramento básico a fim de permitir uma avaliação adequada da qualidade da água da cachoeira do Córrego Capão Preto, por meio de coleta e análise da qualidade da água. Nas primeiras amostras utilizou-se um kit caseiro com solução para identificar o ph e a temperatura da água. A análise foi realizada utilizando as cores de referência disponíveis no manual deste kit. Atualmente, os estudantes do Ensino Médio realizam, periodicamente, a análise de água das nascentes do Córregos Capão Preto e Ipê/Coqueiros com o objetivo de monitorar alguns parâmetros físico-químicos e identificar elementos que podem colocar em risco a qualidade da água. Nas medições são analisados indicadores de presença de nitrato, nitrito, amônia e ortofosfato, quantidade de oxigênio dissolvido, pH e temperatura da água. Além disso os estudantes analisam também a água utilizada por alguns agricultores na irrigação das plantações. Ainda convém lembrar que este trabalho de acompanhamento recebeu um apoio melhor com a utilização de um kit maissofisticado (equipamentos e substâncias para as análises) cedido pela CAESB por meio de interação do IBRAM com o CED Agrourbano.

Banco de sementes (2017) – Em 2017 teve início a arrecadação de sementes para o banco do CED Agrourbano. O objetivo é reunir sementes de árvores nativas do cerrado e frutíferas para germinação de mudas no viveiro a escola. Pretende-se também reunir sementes de verduras, legumes e plantas para adução verde que serão utilizadas no manejo dos sistemas agroflorestais da escola e na comunidade.

Jardim Filtrante (2014) – Plantas que filtram o ar.

Árvore do Cerrado Cenográfica (2018) – Árvore cenográfica (pequizeiro) doação do estande da Rede Globo no 8º Fórum Mundial da Água.

Bordados: “Nossas Águas” (2018) – Poema sobre nascente e mapa da microbacia do Ipê bordados por estudantes do Ensino Fundamental, professoras e mulheres da comunidade do CAUB I.

Imagens das atividades desenvolvidas pelos estudantes e professores do CED Agrourbano na ARIE do Ipê.